O luto é um
período de dor e sofrimento. Para a criança, não é diferente:
mesmo as bem pequenas, de 1 ou 2 anos de idade, vão perceber um
movimento diferente na rotina da casa quando algum membro da família
falece e sentirão falta da pessoa que morreu, seja o pai, a mãe, um
irmão, um dos avós... Sendo assim, ao contrário do que parece, é
preciso contar a verdade a ela. Só essa atitude segura por parte da
família fará com que o luto infantil seja bem elaborado, ou seja, a
criança vai entrando em contado com a nova situação e aceitando
melhor o problema.
Uma forma de
explicar a morte é usar algum exemplo concreto para fazer uma
comparação: lembrar de outra pessoa do convívio da família que
tenha ido para sempre ou mesmo utilizar exemplos de filmes infantis
que retratam situações de morte por meio dos personagens. Para essa
explicação, pode-se recorrer até os livros infantis. O importante
é não deixar de contar e nem esperar que a criança pergunte ou que
o tempo passe.
Também não
é preciso esconder a tristeza ou o choro. Afinal, a situação é
sabidamente frágil a todos. Se chorar na frente da criança, deve-se
explicar o porquê da tristeza e deixar claro que ela também pode
chorar, até para se sentir melhor.
Há algumas
situações que envolvem a delicada questão do luto. É importante
que os cuidadores ajudem as crianças em todas elas:
Morte
violenta - Se houve morte violenta, o impacto é ainda maior e é
preciso procurar ajuda terapêutica. Lidar com a morte por doença é
mais fácil. Uma morte violenta ou repentina é mais difícil de
elaborar e pode causar um trauma psíquico, se não houver um
tratamento profissional adequado.
Morte do
animal de estimação - Se a morte for de um bichinho de estimação,
a reação não é muito diferente, pois a criança a encara como uma
perda. Para esses casos, é importante perguntar à criança se ela
quer fazer um enterro simbólico do animal, que pode ser em uma
caixinha ou em outro lugar mais adequado. O ritual estabelecido para
o enterro é uma forma de enfrentar a morte e construir o conceito de
perda. Crianças ficam muito tristes quando sabem que os pais
"jogaram seus bichinhos em qualquer lugar". Afinal, ela
convivia com o animal e sempre foi ensinado tratá-lo bem e
respeitá-lo.
Mortes
veiculadas pelos meios de comunicação - É natural que ela fique
sabendo de mortes amplamente divulgadas nos meios de comunicação.
Nesses casos, os pais devem explicar - sem muitos detalhes - o motivo
do fato, mas não devem deixá-la exposta o tempo todo, ou isso pode
gerar medo e agressividade e, pior, ela pode se identificar com a
situação, se o falecido for da idade dela.
Mudanças -
É importante ter claro que a informação da morte para a criança
vai mudar sua rotina, qualquer que seja a idade. Por isso é preciso
esclarecer o porquê dessas mudanças e deixar que ela participe das
mesmas. Se houver uma mudança na situação financeira, por exemplo,
deve-se explicá-la aos poucos, e procurar mudar o contexto material
com muito cuidado.
Izabel Rocha
Fonte:
ww.abril.com.br/noticias/geral/como-ajudar-crianca-lidar-morte-289644.shtml
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