terça-feira, 23 de setembro de 2014


A memória das crianças

          Para formar memórias nosso organismo precisa estabelecer conexões entre as células cerebrais. Assim, codificam uma informação em um evento de memória. Após isso, o cérebro é capaz de organizar as informações recebidas em categorias que se relacionam com outros dados formando o processo de consolidação. Se queremos que a memória armazenada dure é necessário acessar essas memórias e criar novas sinapses (ligações entre neurônios) reforçando as conexões feitas anteriormente. Isto é,  relembrar, e ativar o cérebro constantemente para a renovação da memória.

      Nós humanos, possuímos uma memória seletiva, ou seja, capaz de armazenar estímulos importantes, sendo que os outros estímulos são descartados com o tempo, e colocamos novas informações naquele espaço, se pudéssemos lembrar de todas as informações adquiridas durante a vida isto sobrecarregaria nosso cérebro, não teria utilidade nenhuma lembrar todos os números de telefone de pessoas que você já conheceu, ou todas as ruas por onde passou. Nossa memória está intimamente ligada às emoções, sejam elas boas ou ruins, então nos lembramos de situações significativas com muitos detalhes, um casamento, o nascimento de um filho, a perda de alguém importante.

         Ao nascer os bebês praticam o processo de codificação e como têm limitação de linguagem, responderem de outra maneira aos estímulos, choro, mostrar língua ou pelo riso já demonstram reconhecer alguém.

         Por volta de 1 ano e meio e 3 que a capacidade intelectual da criança aumenta e vai melhorando a memória aos poucos. Aos 4 anos as áreas responsáveis pela memória amadurecem e começam a existir lembranças. Nesta fase é importante estimular as crianças com brinquedos, jogos, cantigas ou historias.  Uma boa memória pode ser fruto  de uma boa herança genética se modificando de acordo com os estímulos e níveis de interesse que a criança recebe e é despertada.

        Na alimentação saudável, o consumo regular de Ômega 3 (encontrada em peixes como o salmão) nas crianças contribui para: A capacidade visual, desenvolvimento cognitivo, proteção aos ossos e diminuição dos níveis de gordura no sangue. Crianças com alimentação muito pobre em nutrientes como em países subdesenvolvidos e que não ingerem as vitaminas necessárias ao desenvolvimento do cérebro até os três anos não desenvolvem seus neurônios e tem um déficit intelectual irreversível.

          A memória pode ser estimulada todo o tempo, e por todos os adultos, pais podem pedir que seus filhos contem como foi seu dia, o que aprenderam, quem são seus colegas de sala, estimular leitura e jogos, professores precisam preparar aulas variando os exercícios para fixar um determinado conceito, variar o tipo de aula utilizando recursos visuais, auditivos, pedindo que os alunos também falem, evitando o mesmo ritmo nas aulas.

         O adulto precisa observar seu filho, seu aluno, perceber se ele está sentindo prazer no que fazem, assim aquela situação será rememorada.

Izabel Rocha

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Alemanha 7 X Brasil 1 : Acorda Brasil!!!





Mais que humilhante, foi uma grande revelação mundial para que nenhum brasileiro possa negar: somos um país que vive de sonhos juvenis e não de metas reais. Não se vira a página com um consolante “quem sabe na próxima tentativa dá certo” ou “conquistaremos o hexa em 2018”, outro sonho juvenil que já começa a ser semeado e cresce em mentes de quem não conhece a realidade universal. O sonho do hexa vai virar pizza em 2018, como pizza já virou no Brasil. Como na política, a corrupção, o superfaturamento, um viaduto novo que cai, a posse do que é público, as licitações, os crimes hediondos, tudo vira pizza... Menos o sofrimento do povo que trabalha, que acorda de madrugada, que por ônibus queimados anda a pé longas distâncias para honrar seus compromissos, os impostos extorsivos... isso não vira pizza. O brasileiro honesto paga com sangue as suas contas enquanto muitos especialistas em fazer pizza jogam comida, tempo e dinheiro fora, pois estão acima dos brasileiros comuns, dos torcedores, da seleção brasileira, que num instante inexplicável de paralisia mental e física, deixou a Alemanha fazer 4 gols em menos de 7 minutos... ACORDA BRASIL, se o voto é nossa arma, ele é a nossa vida. Aprenda a votar. O Brasil tem que estudar mais os candidatos. O Brasil não pode ser levado por sonhos, mas por realizações. O Brasil não pode votar nem se entregar aos fabricantes desta vergonhosa pizza. Quem justifica o fracasso não aprende. O FRACASSO É UM GRANDE PROFESSOR QUANDO COM ELE SE APRENDE. Os conformados em 3º lugar não se tornam campeões, jamais.

Para conquistarmos o hexa temos que ter metas e tarefas realizadas, cada uma a seu tempo. Não há mágicas, feitiçarias, crendices, mandingas, gracinhas, caixinhas, jeitinhos de última hora que forjem campeões verdadeiros. Deve ser uma meta, uma conquista que se faz aos pequenos passos preparando desde a base num projeto racional, viável, por etapas realizáveis, com transparência, honestidade e meritocracia, comparativamente mensurável, com uma estratégia de ação mais definida, delimitada e viável. É a meta que as empresas buscam, o lucro está na realização e o justo e ético reconhecimento do que foi feito. Apesar de boa, a Seleção Brasileira já demonstrava não estar bem nas oitavas de final. Foi a que teve as piores campanhas entre os que foram cabeças de chave.

Um vestibulando que “tem um branco” na prova do vestibular não entra na faculdade... “Branco” é falta de preparo não só de conhecimento, mas também emocional. Um time vale mais que seu melhor jogador. Um Cristiano Ronaldo não sustenta um time, assim como os Neymares, Messis, também não... e a Alemanha tem vários líderes no time. Estas são somente as pontas de várias pirâmides que têm sido construídas desde a base e não será difícil formar outro time de semelhante quilate ao que nos festejou com 7 gols, pois todos eles foram cleans, softs, aparentemente sem esforço, nem tantos atropelos de confusões na área... O melhor deles nem foi o número de gols, mas a cortesia e elegância no trato com os seus vencidos brasileiros...

Quanto maior o sonho juvenil, maior é o tombo. O jovem com poucos dados acha-se conhecedor da matéria. Dá-lhe um “branco” na prova e é reprovado. Não adianta aprovar um aluno que não aprendeu. O preço que se paga é muito alto. É o que o Brasil faz com todos os brasileiros. Um aluno que não aprende custa muito mais e rende muito menos que um que aprende. Só estudar é muito pouco. É necessário aprender. Pois o mundo é muito rico e feliz para quem sabe aprender. Aprender é o primeiro passo para se atingir uma meta. Para ter sonhos, basta sonhar. Para atingir metas há também que investir em educação básica. Apesar de sonhar ser uma propriedade do ser humano, o que desenvolveu a civilização não foi um sonho, mas uma realização do planeta que tem 4,5 éons de idade (um éon é igual a um bilhão de anos). Acreditar simplesmente em sonhos de passar de ano sem aprender, de ganhar sem esforço, de atingir a felicidade sem sair da zona de conforto, de ser natural ganhar o hexa porque já é penta é muito mais fácil que planejar, trabalhar com disciplina e empenho para se atingir metas.

ACORDA BRASIL! 


Içami Tiba






quinta-feira, 27 de março de 2014

ENTREVISTA SOBRE DEPENDÊNCIA QUÍMICA






Ronaldo Laranjeira é médico psiquiatra, coordena a Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas na Faculdade de Medicina da UNIFESP (Universidade Federal do Estado de São Paulo) e é PhD em Dependência Química na Inglaterra.




As drogas acionam o sistema de recompensa do cérebro, uma área encarregada de receber estímulos de prazer e transmitir essa sensação para o corpo todo. Isso vale para todos os tipos de prazer – temperatura agradável, emoção gratificante, alimentação, sexo – e desempenha função importante para a preservação da espécie.

Evolutivamente o homem criou essa área de recompensa e é nela que as drogas interferem. Por uma espécie de curto circuito, elas provocam uma ilusão química de prazer que induz a pessoa a repetir seu uso compulsivamente. Com a repetição do consumo, perdem o significado todas as fontes naturais de prazer e só interessa aquele imediato propiciado pela droga, mesmo que isso comprometa e ameace a vida do usuário.


MECANISMO GERAL DA DEPENDÊNCIA

Drauzio – Que mecanismo do corpo humano explica o processo de dependência da droga?

Ronaldo Laranjeira – Acho importante destacar que existe, no cérebro, uma área responsável pelo prazer.  O prazer, que sentimos ao comer, fazer sexo ou ao expor o corpo ao calor do sol, é integrado numa área cerebral chamada sistema de recompensa. Esse sistema foi relevante para a sobrevivência da espécie.  Quando os animais sentiam prazer na atividade sexual, a tendência era repeti-la.  Estar abrigado do frio não só dava prazer, mas também protegia a espécie.  Desse modo, evolutivamente, criamos essa área de recompensa e é nela que a ação química de diversas drogas interfere.  Apesar de cada uma possuir mecanismo de ação e efeitos diferentes, a proposta final é a mesma, não importa se tenha vindo do cigarro, álcool, maconha, cocaína ou heroína.  Por isso, só produzem dependência as drogas que de algum modo atuam nessa área.  O LSD, por exemplo, embora tenha uma ação perturbadora no sistema nervoso central e altere a forma como a pessoa vê, ouve e sente, não dá prazer e, portanto, não cria dependência.

Vários são os motivos que levam à dependência química, mas o final é sempre o mesmo.  De alguma maneira, as drogas pervertem o sistema de recompensa.  A pessoa passa a dar-lhes preferência quase absoluta, mesmo que isso atrapalhe todo o resto em sua vida. Para quem está de fora fica difícil entender por que o usuário de cocaína ou de crack, com a saúde deteriorada, não abandona a droga.  Tal comportamento reflete uma disfunção do cérebro. A atenção do dependente se volta para o prazer imediato propiciado pelo uso da droga, fazendo com que percam significado todas as outras fontes de prazer.

Drauzio – Você diz que a evolução criou, no cérebro, um centro de recompensa ligado diretamente à sobrevivência da espécie.  As abelhas, quando pousam numa flor e encontram néctar, liberam um mediador chamado octopamina, neurotransmissor presente nas sensações de prazer.  Esses mecanismos são bastante arcaicos? 

Ronaldo Laranjeira – O sistema de prazer é muito primitivo.  É importante para as abelhas e para os seres humanos também.  A droga produz efeito tão intenso porque age nesses mecanismos biológicos bastante primitivos.

Drauzio – Mecanismos tão arcaicos assim representam uma armadilha poderosa.  Na verdade, provoca-se um estímulo forte que está mexendo com milhares de anos de evolução.

Ronaldo Laranjeira – Acho que estamos cada vez mais valorizando esse tipo de mecanismo.  A droga é um fenômeno psicossocial amplo, mas que acaba interferindo nesse mecanismo biológico primitivo.



DEPENDÊNCIA É UM PROCESSO DE APRENDIZADO

Drauzio – A maioria das pessoas bebe com moderação, mas algumas fazem uso abusivo do álcool.  Há quem fume maconha ou use cocaína esporadicamente, mas existem os que fumam crack o dia inteiro.  O que explica essa diferença?  A resposta está na droga ou no usuário?

Ronaldo Laranjeira – Parte da resposta está na tendência ao uso crônico e na história de cada pessoa.  Quando começou a usar?  Como interpreta os sintomas da síndrome de abstinência?  Além disso, o que vai fazer com que repita a experiência não é só a busca do prazer, mas a tentativa de evitar o desprazer que a ausência da droga produz.

A dependência é um processo de aprendizado.  O fumante, por exemplo, pela manhã já manifesta sintomas da abstinência.  Fica irritado e sua capacidade de concentração baixa.  Ele fuma, o desconforto diminui.  Vinte minutos depois, o nível de nicotina no cérebro cai, voltam os sintomas da abstinência e ele vai aprendendo a usar a droga pelo efeito agradável que proporciona e para evitar o desprazer que sua falta produz.

A dependência é fruto, então, do mecanismo psicológico que a um só tempo induz o indivíduo a buscar o prazer e evitar o desprazer, e fruto das alterações cerebrais que a droga provoca.  Essa interação entre aspectos psicológicos e efeito farmacológico vai determinar o perfil dos sintomas de abstinência de cada pessoa.  A compulsão é menor naquelas que toleram a abstinência um pouco mais, e maior nas que a inquietação é intensa diante do menor sinal da síndrome de abstinência.

Resumindo: a dependência química pressupõe o mecanismo psicológico de buscar a droga e a necessidade biológica que se criou no organismo.  Disso resulta a diversidade de comportamentos dos usuários.
A maconha é um bom exemplo.  Seu uso compulsivo hoje é maior do que era há 20, 30 anos e, de acordo com as evidências, quanto mais cedo o indivíduo começa a usá-la, maior é a possibilidade de tornar-se dependente.  Como garotos de 12, 13 anos e, às vezes, até mais novos, estão usando maconha, atualmente o problema se agrava.  Além disso, as concentrações de THC (princípio ativo da maconha) aumentaram muito nos últimos tempos. Na década de 1960, andavam por volta de 0,5% e agora alcançam 5%. Portanto, a maconha de hoje é 10 vezes mais potente do que era naquela época.

Diante disso, a Escola Paulista de Medicina sentiu a necessidade de montar um ambulatório só para atender os usuários de maconha e há uma lista de espera composta por adolescentes e jovens adultos desmotivados, que fumam seis, sete baseados por dia e não conseguem fazer outra coisa na vida.  Isso não acontecia quando a concentração de THC era mais fraca e o acesso à droga mais restrito.

Drauzio - Quando se conversa com usuários de maconha de muitos anos, eles lastimam que a droga tenha perdido a qualidade.  Sua explicação prova exatamente o contrário.  Terão essas pessoas desenvolvido um grau de tolerância maior à droga?

Ronaldo Laranjeira - Acho que a queixa é fruto de um certo saudosismo, uma vez que há tipos de maconha, entre eles o skank, que chegam a ter 20% de THC.  Na Holanda, foram desenvolvidas cepas que contêm maior concentração desse princípio ativo, o que faz com que a maconha perca a classificação de droga leve e se transforme numa substância poderosa para causar dependência.  Deve-se considerar, ainda, como justificativa da queixa que o uso crônico causa sempre certa tolerância.

Drauzio - No Carandiru, minha experiência mostra que há quem fume um baseado a cada 30 minutos.  Uma droga que exija tal frequência de consumo não pode ser considerada leve, não é verdade? 

Ronaldo Laranjeira – Infelizmente não existem drogas leves, se produzirem estímulo no sistema de recompensa cerebral.  Em geral, as pessoas perguntam: mas se a droga dá prazer, qual é o problema? O problema é que ela não mexe apenas na área do prazer.  Mexe também em outras áreas e o cérebro fica alterado.  Diante de uma fonte artificial de prazer, ele reage de modo impróprio.  Se existe a possibilidade de prazer imediato, por que investir em outro que demande maior esforço e empenho?  A droga perverte o repertório de busca de prazer e empobrece a pessoa.  Comer, conversar, estabelecer relacionamentos afetivos, trabalhar são fontes de prazer que valorizamos, mas não são imediatas.



CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS DOS USUÁRIOS

Drauzio – O uso crônico do álcool provoca uma série de alterações que todo mundo conhece e reconhece.  Em relação às outras drogas, de acordo com sua experiência pessoal e não com as definições dos livros, quais as principais características do usuário?

Ronaldo Laranjeira – No ambulatório da Escola Paulista de Medicina que atende usuários de maconha, pude notar que há dois grupos distintos.  Um é constituído por jovens que perderam o interesse por tudo o que faziam. Não estudam nem trabalham. Estão completamente desmotivados.  É o que chamamos de síndrome amotivacional.  O nome é feio, mas pertinente.  O outro grupo é formado por pessoas nas quais se estabelece uma relação complexa entre maconha e doenças mentais como psicose e depressão.  Não se sabe se a maconha produz a doença mental.  O que se sabe é que ela piora os sintomas de qualquer uma delas, seja ansiedade ou esquizofrenia.



AÇÃO E EFEITO DAS DIFERENTES DROGAS

Drauzio - Teoricamente, quando a pessoa ansiosa fuma maconha, fica mais relaxada.  Você acha que isso é um mito?

Ronaldo Laranjeira – É importante distinguir, na droga, o efeito imediato do efeito cumulativo.  No geral, sob a ação da maconha, a pessoa ansiosa relaxa um pouco, mas esse é um efeito de curto prazo.  O álcool também relaxa num primeiro momento.  No entanto, as evidências demonstram que nas pessoas ansiosas seu uso crônico aumenta os níveis de ansiedade, porque o cérebro reage tentando manter o sistema em equilíbrio.  É o efeito de homeóstase.  Se alguém usa um estimulante, passado o efeito, o cérebro não volta ao funcionamento normal imediatamente.  Surge o efeito rebote. Isso ocorre com qualquer droga.  Tanto com a maconha quanto com o álcool, findo o efeito depressor, o efeito rebote elevará os níveis de ansiedade.

Drauzio – Como age a maconha na memória?

Ronaldo Laranjeira - A maconha diminui a concentração, a memória e a atenção.  É um efeito bastante rápido.  Estudos mostram que, se alguém usar maconha num dia e medir os níveis de memória e concentração no outro, eles estarão ligeiramente alterados.  Isso tem um impacto bastante negativo na vida dos adolescentes.

Na verdade, não há droga que melhore o desempenho intelectual. Nós sabemos que pessoas criativas usam drogas e produzem coisas criativas.  Se elas não fossem criativas por natureza, não haveria droga no mundo capaz de produzir esse resultado.

Drauzio - Quais são os efeitos crônicos da cocaína?

Ronaldo Laranjeira – Em relação à saúde, o efeito mais grave da cocaína são os problemas cardíacos e cardiovasculares.  Quando associada ao álcool, então, ela é uma das principais causas de infarto do miocárdio em adultos jovens.



ASSOCIAÇÃO PERIGOSA DA COCAÍNA COM O ÁLCOOL

Drauzio – Por que o usuário de cocaína bebe tanto?

Ronaldo Laranjeira – De alguma forma, o álcool faz com que a pessoa se sinta mais liberada e use cocaína, um estimulante potente. Para diminuir a excitação, ela torna a beber e, como num círculo vicioso, a usar cocaína.  A confusão cerebral aumenta consideravelmente e a tendência é beber ou cheirar mais.  Trata-se de uma reação perturbadora em que o álcool incentiva o consumo de cocaína e vice-versa.

Drauzio – Fico assustado com a quantidade de bebida destilada que o usuário de cocaína consome.

Ronaldo Laranjeira – A cocaína aumenta a resistência ao álcool, porque um pouco de seu efeito depressor é atenuado pela cocaína. Por outro lado, a pessoa tolera quantidades maiores de álcool, porque precisa abrandar os efeitos altamente excitantes da cocaína.
Sempre é válido repetir que álcool e cocaína representam uma das associações de drogas mais perigosas que existem.  Ao que parece, tal associação dá origem a uma terceira molécula extremamente tóxica para cérebro e para o músculo cardíaco.

Drauzio – No Carandiru, vi meninos de 20 e poucos anos com infarto do miocárdio ou derrame cerebral puxando o braço ou a perna depois de uma seção de crack ou de uma overdose de cocaína.  Isso acontece frequentemente?

Ronaldo Laranjeira – Infelizmente, no Brasil, não há dados precisos sobre o que aconteceu com os usuários de cocaína, porque o sistema médico não é muito coordenado.  Se eles existissem, ficaríamos horrorizados.

Tivemos uma pequena experiência acompanhando, por cinco anos, o primeiro grupo de usuários de crack que foi internado em Cidade de Taipas, interior de São Paulo.  Era uma população de classe média baixa.  No final desse período, 30% tinham morrido em acidentes ou por morte violenta.  Nesse caso, as famílias não sabiam dizer quem eram os responsáveis pelas mortes: os traficantes ou a polícia.

Não sabemos se isso ocorre com todos os usuários de crack.  Temos certeza, porém, de que poucas doenças apresentam esse índice de mortalidade.



SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA / EFEITO REBOTE

Drauzio – Como se manifesta o efeito rebote?

Ronaldo Laranjeira – O mecanismo de recompensa cerebral é importante para a preservação da espécie e ninguém é contra o prazer.  Ao contrário, deveríamos estimular o surgimento de inúmeras fontes de prazer.  A dependência química, entretanto, cria uma ilusão de prazer que acaba perturbando outros mecanismos cerebrais.  Se, fumando um baseado, a pessoa relaxa, findo o efeito, a ansiedade ganha força, pois a síndrome de abstinência é imediata.  É o chamado efeito rebote.

A cocaína age de forma diferente.  O efeito rebote está na impossibilidade de sentir prazer sem a droga.  Passada a excitação que ela provoca, a pessoa não volta ao normal.  Fica deprimida, desanimada.  Tudo perde a graça.  Como só sente prazer sob a ação da droga, torna-se um usuário crônico.  Às vezes, tenta suspender o uso e reassumir as atividades normais, mas nada lhe dá prazer. Parece que, por vingança divina, o cérebro perdeu a capacidade de experimentar outras fontes que não a desse prazer artificial que a droga proporciona.

Essa é uma das tragédias a que se expõem os dependentes químicos.  No processo de reabilitação, quando a pessoa para de usar droga, é fundamental ajudá-la a reencontrar fontes de prazer independentes da substância química.

Drauzio – Quem está de fora dificilmente entende o comportamento do dependente.  “Esse cara, em vez de estar namorando, indo ao cinema, estudando, fica cheirando cocaína ou fumando crack”, é o que normalmente todos pensam.  Isso dá a sensação de que o outro é fraco, com comportamento abjeto, digno de desprezo.  Quem está passando por isso, vê a realidade de forma diferente?

Ronaldo Laranjeira – Na verdade, essa pessoa está doente.  Seu cérebro está doente, com a sensação de que não existe outro prazer além da droga.  Isso acontece também com o cigarro, uma fonte preciosa de prazer para os fumantes que adiam a decisão de parar de fumar por medo de perdê-la.  De fato, 30% dos fumantes, logo depois que se afastam da nicotina, apresentam sintomas expressivos de depressão e precisam ser medicados com antidepressivos.



BUSCA DO PRAZER TOTAL

Drauzio - Você acha que um dia aparecerá uma droga cujo mecanismo de ação se encarregue de nos deixar felizes sem provocar malefícios no cérebro?

Ronaldo Laranjeira – Não acredito.  Fica difícil imaginar uma droga que aja só no centro de prazer sem perturbar os demais mecanismos bioquímicos do cérebro, que é um órgão complexo e evolutivamente preparado para vivenciar muitas formas de prazeres sutis.  Para tais estímulos, está aparelhado.  Para os advindos das drogas, não.

Drauzio – Você não acha que o homem está sempre à procura do prazer total? 

Ronaldo Laranjeira – A busca do prazer é uma característica positiva do ser humano.  No caso das drogas, porém, ao querer superar a própria biologia por um artifício grosseiro, ele acaba se empobrecendo.  O desejo de intensificar o prazer ao máximo empurra o homem para uma guerra que jamais será vencida.



CAMPANHAS CONTRA AS DROGAS

Drauzio – Quando analisamos as campanhas contra as drogas, verificamos que se baseiam muito nos aspectos negativos dessas substâncias.  A ideia é sempre assustar o usuário: “droga mata”.  Aí, o garoto fuma um baseado e não morre.  Ao contrário, sente-se bem e fica achando que tudo não passa de uma grande mentira.  Você acha que o enfoque das campanhas é ingênuo?

Ronaldo Laranjeira – Estamos ainda muito no começo.  Na criação de um modelo do que acontece com os usuários de droga, as campanhas estão numa fase bastante embrionária, mas acho que estão certas ao afirmar que drogas fazem mal.  Ficar só nisso, porém, é passar uma informação de saúde ingênua e pobre.  É preciso dizer como e por que as drogas são altamente prejudiciais ao organismo para que a pessoa tome uma decisão firme, bem alicerçada, e disponha-se a abandoná-las.

As evidências nos mostram que, quando se trabalha com a prevenção, a prioridade deve ser dada aos fatores de risco.  Todavia, a partir do momento em que já está instalado o consumo (maconha, nos casos mais comuns), as estratégias teriam de ser bem diferentes.



ORIENTAÇÃO AOS PAIS

Drauzio – Muitas vezes os pais ficam apavorados quando encontram maconha nas coisas dos filhos.  Como você orienta quem vive esse problema?

Ronaldo Laranjeira – Na verdade, maconha é a primeira droga ilícita que a pessoa consome, mas antes disso, em geral, já experimentou o álcool e o cigarro.  Já não se discute mais que, quanto mais cedo o adolescente entrar em contato com a droga, maior será a probabilidade de “escalar”, isto é, de partir para outras drogas ou intensificar o uso da maconha.  É muito difícil prever quem vai ou não embarcar nesse processo.  Sabe-se, porém, que quantos mais amigos envolvidos com drogas ele tiver, maior risco correrá do uso tornar-se crônico.

O primeiro passo para enfrentar a situação é os pais se informarem sobre o que está acontecendo na vida dos filhos e voltarem a exercer controle mais efetivo sobre suas atividades.  Em geral, esse problema reflete uma certa crise familiar.  Por razões diversas, pais e filhos se distanciaram.  Por isso, a estratégia básica é levar ao conhecimento dos pais o que está acontecendo com seus filhos e os riscos que eles correm.

Quanto ao adolescente, é complicado conversar sobre esses riscos. A tendência do jovem que já se envolveu com maconha é minimizá-los ao máximo.  “Que mal existe em fumar um baseado por semana?” é a pergunta que muitos fazem.  Acontece que, na maioria das vezes, quem começou precocemente, no período de seis meses, estará fumando um baseado por dia.

Na entrevista clínica, não dá para antever o caminho que cada um percorrerá no mundo das drogas.  Quem já teve o desprazer de acompanhar um adolescente numa entrevista, tranquilizar os pais, dizendo – “Olhem, ele só está usando uma vez por semana.  Essa é uma experiência pela qual ele deve passar.” – e, depois de dois anos, ver esse jovem totalmente deteriorado, traficando drogas, fica muito preocupado com o momento certo em que deve interferir. Esse é o desespero dos pais e o dilema dos profissionais: agir na medida exata da necessidade de cada caso.  Nem todos precisam de tratamento, mas não se pode deixar escapar aqueles para os quais o acompanhamento clínico é indispensável.

Drauzio – Em que você se baseia para julgar se um garoto, que afirma fumar maconha a cada dois meses, representa risco de tornar-se um usuário crônico? 

Ronaldo Laranjeira – É preciso estar atento a três fatores que combinados são sinais de alerta e requerem algum tipo de acompanhamento.  O primeiro é atitude por demais tranquila do adolescente que considera a maconha inofensiva e destituída de inconveniências.  Depois, é importante considerar a rede social em que está inserido.  Os amigos com quem convive são usuários da droga?  Por último, deve-se avaliar seu desempenho nas atividades cotidianas.  É o caso do bom aluno até os 13 anos, que foi perdendo o interesse pela escola e não reage mesmo diante da ameaça de perder o ano.



PARANOIA ASSOCIADA AO CONSUMO DE DROGAS

Drauzio – A paranoia é um efeito terrível da cocaína.  O indivíduo cheira e entra numa crise persecutória alucinante.  O que leva alguém a usar uma droga sabendo que irá provocar uma sensação medonha e que nenhum prazer oferece?

Ronaldo Laranjeira – Essa é a essência da dependência química de uma droga.  Primeiro aparece o efeito prazeroso e, depois, o desprazer.  Com a cocaína, isso é mais intenso.  Seu efeito de excitação e de prazer é imediato, ocorre em poucos segundos. Alguns minutos depois, desaparece e surgem os efeitos desagradáveis.  Confrontando os dois, prevalece a lembrança dos bons momentos e a pessoa volta a usar a droga.  Tive um paciente que injetava cocaína.  Suas veias tinham sumido, mas mesmo assim ele não desistia.  Expunha-se ao tormento de dezenas de picadas para obter um único resultado positivo que, em sua balança emocional, compensava o sofrimento anterior.  Os fumantes têm comportamento parecido.  Muitos, mesmo com traqueostomia, não deixam de fumar.

Drauzio - Conheci alguns que, apesar da insuficiência vascular cerebral, ficavam tontos e caíam no chão quando fumavam, mas não desistiam e logo depois acendiam um cigarro outra vez. 

Ronaldo Laranjeira - É a força da dependência, um fenômeno diversificado cuja essência é a disfunção cerebral provocada por várias drogas e que se manifesta em pessoas de personalidades diferentes.

Drauzio - A maconha também pode provocar paranoia? 

Ronaldo Laranjeira – É menos comum, mas casos de paranoia também ocorrem especialmente em pessoas que já apresentaram algum problema mental.  Quem tem um surto psicótico e fuma maconha, por exemplo, faz um péssimo negócio, porque se intensificarão os sintomas dessa doença já estabelecidos anteriormente.

No que se refere à cocaína, nem todos que manifestam esses sintomas desenvolverão a síndrome paranoica.  No entanto, quando isso acontece, as consequências são desastrosas.  Soube de um usuário de cocaína que, em crise, saiu em disparada por uma estrada, foi atropelado e morreu.  Há outros que pegam uma arma e disparam a esmo.



FORÇA PODEROSA DA DEPENDÊNCIA

Drauzio – Muitos usuários garantem que a maconha é uma droga fácil de largar, que não causa dependência.  Isso é verdade?

Ronaldo Laranjeira – Cada droga tem um perfil de dependência, e a maconha não é muito diferente das demais.  Como já foi dito, atualmente ela está dez vezes mais forte do que era há 30 anos.  Por isso, não é tão fácil afastar-se dela, principalmente se a pessoa começou a fumar na adolescência, quando ainda era um ser em formação.

O acompanhamento de usuários de maconha, no ambulatório da Escola Paulista de Medicina, sugere exatamente o contrário.  As pessoas conseguem suspender o uso da droga durante alguns dias, mas a vontade fica incontrolável e elas voltam a fumar os baseados.

Drauzio – No Carandiru, examino rapazes com tuberculose que fumam cigarros de nicotina, de maconha e crack.  Explico-lhes que eles não podem fumar de jeito nenhum porque seus pulmões estão doentes, muito inflamados.  Na semana seguinte, eles me informam que conseguiram suspender o crack e a maconha, mas o cigarro está difícil.  Isso se repete nas semanas subsequentes.  Tive centenas de casos como esse, que me convenceram de que o cigarro é mais difícil de largar do que as outras drogas.  Estou exagerando? 

Ronaldo Laranjeira – Embora o efeito da nicotina não seja tão poderoso quanto o da maconha, é muito mais constante. Imaginemos que o fumante dê dez tragadas em cada cigarro e fume vinte cigarros por dia. Feitas as contas, num único dia seu cérebro recebeu um reforço positivo pelo menos duzentas vezes.  Cada tragada é igual a uma injeção de nicotina na veia.  Esse estímulo, repetido através dos anos, faz com que a dependência de nicotina seja mais poderosa do que as outras.  A maconha, no momento, passa por processo semelhante.  Mais disponível e mais barata, seu consumo aumentou e, consequentemente, o número de cigarros fumados por dia e os estímulos cerebrais que provocam aumentaram também.  Portanto, em termos de dependência, as duas drogas não diferem muito.  Pelo atual padrão de consumo, mais fácil, acessível e intenso, maconha e nicotina têm muito em comum. Por isso, não compartilho a ideia de que maconha seja uma droga leve.

Drauzio – O usuário de cocaína diz que deixará de usar a droga quando quiser.  No entanto, admite que não poderá vê-la, porque entrará em desespero e a vontade de consumi-la ficará incontrolável.  Como se pode explicar esse fenômeno? 

Ronaldo Laranjeira – Ficar longe da droga, quando se está disposto a abandoná-la, faz parte do processo de aprendizado.  No exato instante em que a pessoa vê a cocaína, seu cérebro começa a preparar-se para recebê-la e dispara um mecanismo que chamamos de craving ou fissura. Isso vale para qualquer droga.  Depois que ficou dependente, é quase impossível alguém ver a droga e resistir ao desejo de usá-la.  Por isso, na fase inicial do tratamento, aconselha-se que o usuário se afaste completamente de todos esses estímulos, pois ficará menos difícil lidar com o fenômeno da dependência química.

Fonte:   http://drauziovarella.com.br/dependencia-quimica/dependencia-quimica/

sábado, 8 de março de 2014

8 de Março



No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve.  Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.


A manifestação foi reprimida com total violência.  As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857.  Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Parabéns a todas as mulheres!!!

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

A importancia da Licão de casa





            As aulas mal iniciaram e junto com todas as rotinas durante o dia na escola também precisam fazer a lição de casa. Muitas famílias veem isto apenas como uma tarefa a mais, porém as funções da lição de casa são sistematizar o aprendizado da sala de aula, preparar para novos conteúdos e aprofundar os conhecimentos, e analisando os exercícios que os alunos resolvem sozinhos em casa, o professor pode descobrir quais são as dúvidas de cada um e trabalhar novamente os pontos em que eles apresentam mais dificuldades. Os pais estimularem a autonomia, afinal a lição é responsabilidade do aluno.

        Para o educador sugere-se que ao aplicar um conteúdo deve-se observar as dificuldades que os alunos apresentam durante o momento da explicação de forma que ao elaborar as atividades que serão enviadas para casa, essas abordem o necessário para que seus alunos compreendam com clareza o conhecimento no qual se deseja transmitir, além disso, o professor pode e deve orientar seus alunos, ensinando-lhes qual a melhor forma de estudar no ambiente de casa, atingindo os reais objetivos que são propostos de acordo com cada atividade.

       As atividades devem ser desafiadoras, porém compreensíveis aos alunos, os conteúdos pedagógicos devem ser bem definidos de forma que as estratégias sejam bem específicas.
E, finalmente, ter a consciência de que lições de casa não foram criadas apenas para preencher o tempo do aluno em casa, mas sim com um objetivo real e importante para o desenvolvimento do aluno no processo educacional.

Izabel Rocha

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Valorize!




O dono de um pequeno comércio, amigo do grande poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua:
- Sr. Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que o senhor tão bem conhece. Poderia redigir o anúncio para o jornal?

Olavo Bilac apanhou o papel e escreveu:

“Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo , cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeiro. A casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranquila das tardes, na varanda”.

Meses depois, topa o poeta com o homem e pergunta-lhe se havia vendido o sítio.
- Nem pensei mais nisso, disse o homem. Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha. 


Essa história ilustra um momento de vida. Muitas vezes estamos na mesma situação temos tudo o que precisamos naquele momento para sermos felizes mas olhamos em volta e desejamos o que outras pessoas tem e automaticamente nos sentimos infelizes.

Tendemos a sofrer por aquilo que desejamos ou que ainda nem aconteceu e talvez o problema nem seja tão grande quanto pensamos. 

É interessante perceber que as pessoas que valorizam o que tem parecem viver em uma constante festa, está sempre de bom humor e aquela pessoa que está concentrada no que os outros tem e naquilo que lhe falta sofrem o tempo todo.

Valorize!!!! E viva sua festa!!!!!!



Luciana Maria Alves








terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Sociopatia ou Transtorno de Personalidade Antissocial


Transtorno de Personalidade Antisocial


Sociopatia é um termo utilizado pela mídia que se refere ao Transtorno de Personalidade Antissocial ou Dissocial. O Transtorno de personalidade é caracterizado pelo comportamento impulsivo do indivíduo afetado, desprezo por normas sociais e indiferença aos direitos e sentimentos dos outros. 

Caracteriza-se pelo padrão social de comportamento irresponsável, explorador e insensível constatado pela ausência de remorsos.   Essas pessoas não se ajustam às leis do Estado simplesmente por não quererem, riem-se delas, frequentemente têm problemas legais e criminais por isso.   Mesmo assim não se ajustam. Manipulam os outros em proveito próprio, dificilmente mantêm um emprego ou um casamento por muito tempo.

Há uma ausência de empatia com outros seres humanos resultando em descaso com o bem-estar do outro e sérios prejuízos aos que convivem com eles.   Esse transtorno costuma ir se estruturando desde a infância. Por isso, alguns dos seus sintomas podem ser observados nesta fase e/ou na adolescência, por meio de comportamentos agressivos que, durante estes períodos, são denominados de transtorno de conduta.  Conforme se tornam adultos, o transtorno tende a se cronificar e causar cada vez mais prejuízos na vida do próprio indivíduo e especialmente de quem convive com ele.

Aspectos essenciais:

Insensibilidade aos sentimentos alheios 
Atitude aberta de desrespeito por normas, regras e obrigações sociais de forma persistente. 
Estabelece relacionamentos com facilidade, principalmente quando é do seu interesse, mas dificilmente é capaz de mantê-los. 
Baixa tolerância à frustração e facilmente explode em atitudes agressivas e violentas. 
Incapacidade de assumir a culpa do que fez de errado, ou de aprender com as punições. 
Tendência a culpar os outros ou defender-se com raciocínios lógicos, porém improváveis. 

Tratamento 

As formas mais comuns de medicamentos utilizados em pacientes de transtornos de personalidade são os neurolépticos, antidepressivos, lítio, benzodiazepínicos, anticonvulsivantes e psicoestimulantes. 

Há indicativos de que a terapia cognitivo-comportamental possa ser um método eficaz no tratamento de transtornos de personalidade antissocial segundo a American Psychiatric Association.


Fonte: DSM IV 
www.psicosite.com.br

Luciana Maria Alves




quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

INÍCIO




Mais um ano começa e com ele muitas promessas, sonhos, desejos. 

Muitas pessoas acreditam que 2013 foi um ano ruim. Não acredito em um ano que foi ruim, mas sim em momentos. Momentos que são únicos e que temos que enfrentar mesmo com medo de que algo ruim aconteça.

Todos os dias quando acordamos nos deparamos com o início de algo. Após nossos pequenos rituais matinais começamos a fazer escolhas e nelas está o que pode ou não nos conduzir a tudo o que sonhamos no primeiro dia do ano.

Acreditar que tudo é possível é um dos caminhos para encontrar o que sonhamos.

Que tal pensar agora em um novo corte de cabelo?

Um novo emprego?

Arriscar um novo modelo de roupa?

Fazer novas amizades?

Pular de buggie jump?

Arrisque principalmente em acreditar e siga 2014 plantando sonhos e colhendo realidades. 

Que esse ano seja próspero e abençoado por Deus.


Luciana Maria Alves