Desde criança
recebemos diversas informações sobre o alcoolismo. Começamos a aprender que o “bêbado” é uma
pessoa perigosa, que não é uma pessoa responsável, que bebe até perder a
consciência, que vive na sarjeta, que transforma-se em mendigo e que sempre
perde o emprego por trabalhar bêbado.
Com toda essa carga negativa quem em sã consciência
poderia admitir que é alcoólatra?
Lembramos
que o alcoolismo é uma doença progressiva que atinge qualquer um: jovem ou
velho, rico ou pobre, negro ou branco e, portanto, não é uma falta de caráter.
Não
importa quanto tempo tenha bebido ou o que você bebeu e sim o que a bebida faz
ou o que acontece quando você bebe.
É
difícil para o indivíduo entrar em contato com a realidade da dependência, isso
porque existem “mecanismos de defesa”
que o impedem de entrar em contato com determinados sentimentos (medo, raiva,
ressentimento, rejeição). Torna-se
mais fácil apontar o problema no
outro. Portanto, o vizinho é quem é o
bêbado, que não presta, que é alcoólatra, sendo esta atitude um “mecanismo de defesa”.
As
características da personalidade de um indivíduo são diferentes de um para
outro, porém, assim como o consumo de bebida alcoólica podem variar em maior ou
menor grau, apresentando-se como: desleixo, desconfiança, auto-suficiência,
arrogância, prepotência, não aceitação dos outros e de si mesmo, além da
dificuldade em manifestar afeto, carinho, entendimento do que lhe é dito e
segurança.
O indivíduo não bebe porque é desajustado, mas torna-se desajustado
porque bebe.
O importante é
acabar com a mentira de que se bebe por determinado motivo ou que se pode parar
de beber na hora que quiser.
Agora fique atento: se você responder que sim a qualquer das perguntas abaixo, talvez seja hora de olhar seriamente para o que a bebida está lhe fazendo.
* Você bebe por que tem
“grilos” ou para enfrentar certas situações?
* Você bebe quando está aborrecido com outras pessoas (esposa, namorada (o),
filhos, amigo (a) ou chefe)?
* Você prefere beber sozinho ao invés de acompanhado?
* Está enfrentando problemas na escola ou no trabalho por causa da bebida?
* Você já tentou parar de beber
ou beber menos? E conseguiu?
* Você está acostumado a beber
antes do trabalho ou escola?
* Você tem alguma perda de memória enquanto bebe ou depois?
* Você esconde dos outros o quanto realmente bebe?
* Você já se complicou porque estava bebendo ou porque bebeu?
* Você já ficou bêbado, mesmo
sem querer ficar?
* Você
acha que é “legal” beber bem?
Fique atento e na dúvida procure um profissional que possa orienta-lo.
Luciana Maria Alves
Psicóloga – Especialista em
Dependência Química
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