terça-feira, 6 de março de 2012

Como promover a autoestima das crianças




Certo dia estava na fila do caixa eletrônico dentro de uma agencia bancária, haviam maquinas desocupadas e caminhei pelo espaço até ficar próxima de uma moça que estava com um bebê no braço e uma menina de uns oito anos, a criança talvez entediada por aguardar a mãe que se demorava ao utilizar o caixa pois estava com o bebê, bolsas, sacolas e tentava efetuar alguma operação, se dirigiu a uma das maquinas vazias e começou a dedilhar os números no teclado, e a mãe berrou “sua retardada, não mexa ai, não esta vendo que vai quebrar, o guarda vai brigar com você, sua menina retardada”, a menina deixou a brincadeira silenciosamente, se aproximou da mãe e ficou aguardando calada, enquanto a mãe repetia os xingamentos e terminava a operação que fazia, a menina não chorou, não fez birra, nem sequer esboçou reação e eu fiquei observando a cena e pensando, “ela deve ouvir isto a todo momento que nem se surpreende, como será que ao entrar no mundo adulto se comportará? Achará normal ser ofendida?”. E comecei a pensar que impactos estes comentários causam na autoestima das crianças.
Ouvimos muitas vezes durante nossa vida que “fulano tem problemas de autoestima”, “isto que você sente é falta de auto estima”, e por ai vai, mas afinal o que é autoestima e quando ela começa a ser formada?
Autoestima é a capacidade de gostarmos de nós mesmos, de nos aprovarmos, aquela certeza de que somos capazes de realizar uma porção de coisas, de que somos realmente muito competentes em determinadas habilidades, e também a capacidade de termos uma autoimagem positiva. A autoestima inclui tanto a imagem que temos de nós (nossa autoimagem) como a imagem que acreditamos que as outras pessoas têm de nós, aquilo que acreditamos que elas pensam a nosso respeito.
Nossa autoestima vai sendo formada desde o momento em que nascemos e as características individuais também ajudam nessa formação.
As aprendizagens pelas quais uma criança tem de passar são inúmeras e difíceis. Já no primeiro ano de vida, ela precisa aprender a reconhecer o rosto das pessoas que convivem com ela, aprender a comunicar de alguma maneira aquilo que sente, aprender uma série de movimentos. Ela precisará de apoio e estímulo para todas estas aprendizagens, precisará de adultos que a consolem (e que a ensinem a se consolar sozinha futuramente) quando falhar ou se sentir insegura. Precisará de encorajamento, alguém cuja atitude expresse uma visão otimista a respeito de todas estas aprendizagens, alguém cujo comportamento a ajude a encarar a aprendizagem e o mundo como coisas divertidas, curiosas, excitantes. É preciso incentivar o prazer pela descoberta, o prazer em ser persistente e superar obstáculos.
É mais ou menos como imaginar que as crianças são os visitantes recém chegados a este mundo e que aos adultos cabe o papel de guias, protetores. Aos adultos caberá o papel de auxiliar as crianças nesta descoberta, cada pai e mãe apresenta uma determinada visão de mundo a seu filho, que pode ser uma visão positiva “vá lá, veja que legal, que divertido”, ou negativa “você vai se perder se for pra lá, tem bicho papão”.
       A criança verá o mundo pelos olhos do adulto e se esse olhar for de medo, insegurança, ou de autonomia e confiança, pode fazer a diferença em como ele se sentirá e como enfrentará os desafios da vida.
Izabel Rocha

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