Quando um casal decide tornar-se pais vem a tona toda a
preocupação e responsabilidade pela saúde, educação e segurança dos filhos, mas
onde está o limite entre cuidado e superproteção?
É natural se preocupar com sua prole, querer cuidar e que
fiquem bem, cuidado é cuidar, observar, conhecer os amigos, saber com quem
estão, mas quando você não permite que ninguém (nem os avós ou o pai) fique com
seus filhos, priva seus filhos da companhia de outras crianças por medo de se machucarem
na brincadeira, limita a circulação das crianças dentro de casa por medo do
fogão, de facas, quebrar copos e se cortar, defende o filho nas discussões com
outras crianças, está superprotegendo.
Crianças superprotegidas tem
dificuldades de tomar decisões e de realizar atividades sozinhos, necessitando
dos pais todo o tempo, tornam-se inseguros, estes pais superprotetores temem, o
risco de sequestros, assaltos e acidentes e da oferta abundante e livre de
álcool e drogas, mas existe um limite entre a preocupação aceitável e a
excessiva, que pode fazer mais mal do que bem a uma criança ou adolescente. A
superproteção, priva a criança das experiências do dia-dia, torna-o incapaz de
exercer a autonomia, que é a peça chave no desenvolvimento humano, quando
sabemos fazer escolhas nos responsabilizamos por elas, e mesmo que façamos
escolhas erradas, são escolhas conscientes que nos trazem experiências para
tentar novamente.
Histórias assim são comuns no consultório, alguns pais desconhecem
– ou prefere ignorar – as aptidões do filho, pois acreditam que ele não tem
idade para executar tarefas para as quais já estaria capacitado, crianças que
não ficam sozinhos nem no playground do prédio onde moram, que não dormem sozinhos, não se alimentam
sozinhos, tornam-se e inseguros e ansiosos no ambiente escolar, se desesperam
pelos pais se atrasarem poucos minutos para buscar na escola, ou ao perde-los
de vista, solicitam toda esta atenção também dos professores, esperando que
estes resolvam suas frustrações imediatamente como os pais.
Se você quer um filho com possibilidade de ser feliz e
realizado o que nunca é garantido, proporcione a ele a liberdade possível em
cada etapa de sua vida. Deixe-o enfrentar os desafios para os quais você sente
que ele é capaz e vá avaliando cada situação.
Izabel Rocha
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